(des)Ilusões

Foi uma coisa legal, eu andar no mato sozinho, sem ninguém pra me perturbar e dessa vez eu não quis me dar o luxo de me assustar, se quer, com o barulho da minha própria mãe, natureza, que me ameaçava largar pesados galhos de árvores, já velhas e retorcidas, quase putrefatas, na minha cabeça se eu tentasse burlar certos obstáculos impostos por ela. mas eu passei.. eu passei por entre as folhas mais densas q estavam no chão e descobri como minúsculos seres, tão frágeis, podem viver ali no chão da mata, acomodados pela colchão de folhas que se forma no chão, amortecendo ate mesmo meus mais vigorosos passos. descobri como as abelhas fazem um mel tão saboroso (e olha q eu odeio mel) la na natureza sem precisar das caixas da produção artesanal humana, na ponta do meu facão tirei um pouco daquele suave prazer natural, mas isso teve um preço, e quase pago um preço muito alto por isso... mas valeu a pena perder o medo e enfrentar um possível ataque de um enxame pra provar daquele mel, como as borboletas tem asas delicadas e ao menor toque podemos interferir na vida desse animal, como a vida se renova partir do esqueleto em forma de S de uma Serpente, e finalmente descobri como eh andar em CIRCULO, eu vi na pratica o que é pensar, "esse caminho é melhor, aparente mais largo, mais sombreado, mais úmido, mas lá na frente o caminho não tinha continuidade." me enveredei como um verdadeiro desbravador me embrenhando naquela mata, como quem tenta adentrar ao coração de uma mulher, sabe como eh? e no meio descobri q a coisa não é tão simples assim.. mas não, eu fui ate ali, pq parar agora?? pq voltar?? vou pra frente... e eu quase pude ver vc correndo ali na mata pra se esconder de mim... Ah Malvada... pra que fugir?? me espera um pouco, senta comigo, descansa tua coluna recostada em meu peito e teus pés sobre minhas pernas pra que eu te faça uma massagem, mas não, a malvada quer é se esconde por traz da colmeia onde estava o mel, e eu pensava "cadê meu Mel Mal?" quase pude te ver correndo de novo, dessa vez pra armadilha de borboleta onde tava presa uma Morpho e q quase prendeu o BOBOleto aqui... e quando eu vi a luz do sol acertando o chão, "A HA! ACHEI A TRILHA DE VOLTA PRA CASA!!" não.. voltei ao ponto inicial... de frente pra pequena trilha q eu tinha abandonado lá "atraz" e pensei.. po.. q frustrante! mas essa aqui.. parece ser mais difícil.. onde eh q eu vou sair nela? Rá de frente pro rio... maravilha.. sentei.. relaxei.. tirei os ténis, calcei os meus pés com a agua do rio... aquilo sim eh uma massagem.. calcei novamente os ténis por puro impulso humano de se utilizar de produtos industrializados pra "proteger" partes do corpo.. e ainda bem que eles existem, caso contrario meu pé estaria retalhado como uma saia daquelas q dançam coco de umbigada em ceará-mirim.

eu vi... eu vi galhos enormes caírem na minha frente... sim eles poderiam ter caído em cima de mim, mas não caíram isso eh o que importa.. eu vi 3 abelhas pousarem no meu braço, sim elas poderiam ter me picado, mas não picaram, sim eu me vi perdido por instantes, gostaria de ter ficado perdido tempo o suficiente pra que alguém em especial fosse me encontrar.

Por onde andaste, enquanto eu te procurava?